terça-feira, 11 de outubro de 2011

Moda de cães de raça - Além da beleza



Tornou-se moda no Brasil criar cães de raça pouco populares ou até mesmo raras e as pessoas pagam caro, muito caro, para obter esses exemplares.
E eu pergunto, "Será que os criadores explicam tudo sobre a raça aos compradores? Será que os compradores pesquisam sobre a raça antes de obter um exemplar?"
O conceito de "raça" é justamente esse, carregar as características morfológicas e temperamentais da raça, ser capaz de reproduzir as características padronizadas quando acasalado com outro exemplar da mesma raça e ter seu nome e os nomes de seus ancestrais registrados num controle genealógico público, o famoso Pedigree, este último requisito, no meu ponto de vista, não é fator determinante para raça, mas é exigido em casos de competições, criadores cadastrados nos orgãos competentes, o que facilita a venda desses cães, já que transmite segurança ao comprador.
O comprador deve, antes de tudo, saber qual o tipo de cão que ele procura, já que existem vários tipos de cães, como os de guarda, de caça, de companhia e os de competição, e por serem de raça, esses cães apresentam suas herenças genéticas que sempre falam mais alto às expectativas do dono, além de sua beleza exuberante.
A compra desenfreada e desinformada de cães de raça é preocupante e merece atenção daqueles que se importam com os animais, pois essa atitude pode acabar prejudicando o animal, por exemplo, um exemplar de Rhodesian Ridgeback ou Cane Corso, cães de guarda, merecem um dono experiente e firme para garantir uma boa relação entre dono-cão, por serem extramente independentes, o adestramento nem sempre é fácil, se um desses exemplares parar no lar de uma pessoa inexperiente, certamente ele dominará o seu dono e o local onde vive, tornando-se insuportável e mau visto, o que não é FATO.
Para certas raças, a experiência de criação é indispensável, outro exemplo, é obter um cão de competição, no caso dos Galgos, eles precisam de horas de exercícios, se um Galgo for criado em apartamento ou em um lar onde não haja uma pessoa disposta a garantir esses exercícios, certamente ele sofrerá algum distúrbio de comportamento, tais como ansiedade (existem vários tipos), síndromes, depressão, distúrbios agressivos, fobias, etc... E muitas vezes desperta o lado destruidor do animal!
Por isso, sempre aconselho as pessoas ao meu redor a pesquisarem antes de obter o animal, a beleza e exuberância não está em primeiro lugar, ou seja, não é o mais importante no cão, afinal, o que interessa e importa é o CÃO, não é mesmo?
O vendedor não está muito preocupado em garantir um bom lar ao cão, até porque quem os procura, geralmente, pertecem as classes médias/altas, por isso, é dever do comprador se informar antes da compra.
Pesquisei na internet sobre algumas raças e vi que no Brasil está em alta raças raras, pessoas estão investindo caro na importação desses cães e essa atitude me preocupou porque deve-se levar em conta, além da raça, o local que eles estão acostumados, ou seja, o habitat! Um cão oriundo da Tailândia terá todas características dos cães daquele lugar, pois é verdade, o cão obtém os costumes do local, por exemplo, um labrador canadense não é igual a Marisol, porque assim como os seres humanos, cada animal se adequa e adquire os costumes e comportamentos do meio!
Ou seja, a partir do momento que esses animais chegam ao Brasil, haverá um choque em vários sentidos, como umidade, temperatura, altitude, costumes... Tudo contrairá seus instintos e herança, o que pode despontar um comportamento atípico da raça!
Pode parecer exagero, mas faz sentido e tem razão de ser. Os cães exemplares 'populares' no Brasil já perderam os laços com seu passado, ou seja, já são brasileiros, diferente do que ocorre com um recém chegado da Tailândia, no caso do Thai Ridgeback.
Ou vai me dizer que isso não ocorre quando uma pessoa é jogada em outro país? Há todo um choque cultural, mas as pessoas tem o maldito hábito de achar que com animais é diferente, ainda mais os cães, que são tão próximos aos humanos.
Então essa é minha dica, para você que ainda não escolheu seu animalzinho, pesquise bem antes de comprar ou adotar e, sobretudo, tenha certeza que está disposto a cuidar do animal para toda vida, pois se trata de um ser vivo que tem personalidade, sentimentos e memória, portanto, se a vontade de ter um animal é realmente verdadeira e não apenas momentânea, pense bem, pois mesmo se você der o animal para outra pessoa que goste muito, achando que está fazendo uma boa ação, ele se sentirá rejeitado, sofrerá muito com a separação e levará tempo, muito tempo, para esquecer o  trauma, mesmo estando num lar que haja toda dedicação e amor que ele precisa.



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